Muitas pessoas desenvolvem fobias e precisam conviver com elas ao longo da vida, mas Alcione Alvim da Silva foi além, ele criou uma sepultura com rota de fuga. O dono do Cemitério e Crematório São José em Blumenau, que já foi coveiro, desenvolveu o medo de ser enterrado vivo ainda criança, quando no meio de um velório o ‘defunto’ abriu um dos olhos e quase o matou de susto. O pavor fez ele desenvolver o mecanismo inovador quando teve a chance. O caso parece até ‘história de pescador’ ou melhor, de coveiro, mas é mais pura verdade.
Alcione contou como tudo ocorreu. “Essa história começou quando eu tinha uns 9 anos. Eu estava em um velório, quando um senhor de repente abriu o olho e alguém foi lá e fechou de novo. Eu saí correndo e fiquei com aquilo na cabeça. Logo depois aconteceu aquele caso famoso do ator Sérgio Cardoso, na época saiu um boato de que ele foi sepultado vivo”, relembra. “E quis o destino, que aos 21 anos, eu viesse a trabalhar como coveiro. E eu era coveiro mesmo, fazia as exumações, os enterros.
Eu prestava muita atenção nas exumações e eu tenho certeza de que eu fiz algumas de pessoas que foram sepultadas vivas. Isso me apavorou mais ainda e foi aí que eu comecei a estudar isso”, relata. Então, Alcione teve a ideia de criar uma sepultura com rota de fuga e entrada de ar. Ele explicou como funciona o esquema. “A pessoa tem que sair pela frente. A gente deixa o caixão desaparafusado e a pessoa pode usar a tampa como alavanca. A tampa do caixão também fica meio aberta para que haja circulação de ar.
Então nós criamos um sistema de lacre fácil de ser rompido, visto que como há a sucção do ar, não há uma pressão interna, então não existe a necessidade de lacre de concreto”, descreve. Quando perguntado se alguém já utilizou a rota de fuga, Alcione diz: “Se precisou, não sabia que ela existia e tentou sair para cima, daí não deu!”.
Fonte: SCC10
Deixe um comentário