Onça dormiu a 50 metros da casa do seu João Godin, na Linha Freire, em Beltrão
João Godin, é pioneiro da comunidade da Linha Freire, Beltrão. No seu sítio, em menos de um ano, ele já perdeu quatro animais, que foram mortos por supostos ataques de onça parda. Na noite do último dia 30 de janeiro, era meia-noite e meia, garoava, quando João acordou com os fortes latidos de seus cães. Ele tem seis, quatro grandes e dois pequenos. Uns uivavam, outros rangiam os dentes, os menorzinhos arranhavam a porta da casa pra entrar. Eles olhavam em direção às estrebarias, onde dorme o gado. Nenhum dos cachorros teve coragem de ir até lá. Aquele alvoroço durou 20 minutos, daí tudo se aquietou.
Às 6 h na manhã seguinte, João foi soltar as criações no potreiro, dois de seus cães foram junto. Após os ataques, João prende seus animais toda noite em estrebarias fechadas para não correr o risco de ter mais prejuízos. Os cachorros que o acompanhavam farejaram algo até uma cabaninha, que é usada para pendurar cordas e ferramentas. Só tem o coberto e fica ao lado das estrebarias. Ao chegar no local, os cães ficaram arrepiados. Foi quando João percebeu um amassado na grama debaixo da cabana. Ele pôde ver nitidamente que a onça dormiu ali.
Também estavam bem visíveis as suas pegadas frescas na terra molhada que seguia dali até uma plantação de milho que fica em frente. “Por pouco não pego a onça dormindo”, diz João. Os cachorros ficaram com medo e não seguiram o rastro do felino. João comenta: “Nem o bichinho gosta de dormir na chuva”. Por estar bem protegidos, desta vez o seu gado nada sofreu. João ficou preocupado ao saber que uma onça dormiu a 50 metros de sua casa. O que o deixa mais tranquilo na escuridão da noite é a companhia de seus cachorros.
JORNAL DE BELTRÃO
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